26 de julho de 2010

Os Encantos da Filosofia Budista

“Myoho” I - O real significado de ‘místico’


A Lei é ‘mística’ porque transforma completamente o sofrimento em felicidade absoluta. Para usufruir da “alegria proveniente da Lei”, é preciso “recitar na certeza!” o Nam-myoho-rengue-kyo


BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2044, PÁG. A5, 17 DE JULHO DE 2010
 
As pessoas falam de poderes místicos como uma capacidade de voar sobre as nuvens ou coisas absurdas desse tipo. Mas os poderes místicos aos quais nos referimos são muito superiores. O segredo e os poderes místicos do Nam-myoho-rengue-kyo conduzem todas as pessoas à felicidade
 
O que é myoho?

A palavra myoho literalmente significa Lei Mística. Myo é a Lei básica da vida. Ho é a qualidade dessa Lei, ou seja, é uma Lei “mística”.

Por que “místico”?
O termo “místico” utilizado no Budismo Nitiren não deve assumir um significado de oculto, mágico, secreto ou transcendental. Místico é a descrição, a qualidade, o adjetivo da Lei fundamental do Universo. Místico também significa muito bom, excelente, perfeito. Como definir uma Lei tão profunda, espetacular e completa? Diante disso, o budismo a chama de mística! É como se dissesse: “Que lei sensacional, é uma lei ‘mística!’”


Lei infinitamente profunda
O presidente Ikeda afirma: “A Lei, ou realidade fundamental, é descrita como myo porque é infinitamente profunda e transcende todos os conceitos ou formulações da mente humana. [...] O Buda Nitiren Daishonin esclarece sobre este ponto: ‘Qual é, então, o significado de myo? Myo é simplesmente a misteriosa natureza de nossa vida a cada instante, que a mente não consegue compreender e que não pode ser expressa em palavras’.” (Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 1, págs. 4 e 5.)


Precisa funcionar para você!
Myoho trata exatamente da maneira como você e todas as pessoas podem manifestar o estado de Buda. Isso é místico porque foge da descrição em palavras. Uma vez que cada um é diferente, é impossível estabelecer explicações ou fórmulas racionais. E também isso seria inútil por não possuir resultados práticos. No entanto, a prática do Nam-myoho-rengue-kyo permite que qualquer pessoa estabeleça uma ligação direta com a Lei. Por sua vez, essa ligação faz manifestar de maneira imediata o estado de Buda.


Ser feliz agora e como se é
A Lei é mística porque é perfeita: tem o poder de fazer qualquer ser humano que se ligue a ela atingir o estado de Buda, independentemente da circunstância em que se encontre no momento. Recitar o Nam-myoho-rengue-kyo conecta você diretamente com a Lei, gerando a maior alegria que um ser humano pode experimentar.


Acima do excelente
A qualidade da Lei, acima do excelente, se dá pelo fato de que todas as pessoas podem atingir o estado de Buda, desde que sejam capazes de estabelecer uma relação direta com a Lei do Nam-myoho-rengue-kyo. Como se faz isso? Recitando o Nam-myoho-rengue-kyo com fé resoluta, ou seja, uma fé determinada, firme, ativa, audaz, corajosa e decidida.


Não é sobrenatural
“Místico” não significa, em absoluto, capacidades sobrenaturais ou transcendentais no sentido em que esses termos são geralmente usados. Vamos aprofundar o tema com os trechos a seguir:


Esclarecimento do Sr. Toda
“O presidente Toda observou: ‘As pessoas falam de poderes místicos como uma capacidade de voar sobre as nuvens ou coisas absurdas desse tipo. Mas os poderes místicos aos quais nos referimos são muito superiores. O segredo e os poderes místicos do Nam-myoho-rengue-kyo conduzem todas as pes­soas à felicidade. Nos preocupamos com os poderes místicos que possibilitam às pessoas comuns tornarem-se budas’.“ (Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, pág. 158.)


Esclarecimento de Nitiren
“Nitiren Daishonin afirma que não devemos dar crédito a poderes sobrenaturais ou especiais. [...] Ele diz: ‘Não se deve basear em poderes ocultos ou sobrenaturais.’ (Gosho Zenshu, pág. 16.)” (Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, pág. 158.)

Esclarecimento de Sakyamuni
“Pode-se dizer o mesmo de Sakyamuni. Quando o rei Ajase perguntou-lhe qual a diferença entre o budismo e o bramanismo, ele respondeu: ‘Meu ensino adverte que uma pessoa não deve deixar-se levar por estranhas magias com fogos ou por práticas para prever o futuro a partir dos sons emitidos pelos animais’.” (Ibidem.)


Esclarecimento do presidente Ikeda
“Endo: Há alguns anos havia muito interesse em pessoas que conseguiam entortar colheres usando os poderes da psicocinética. Um amigo meu observou o seguinte após ter assistido a várias demonstrações desse tipo de habilidade na televisão: ‘Qual a utilidade disso? Creio que isso teria muito mais valor se essas pessoas conseguissem fazer as colheres desentortarem!


“Ikeda: Sempre devemos nos perguntar: Qual é o propósito disso? O objetivo mais importante é, naturalmente, a felicidade. Essas habilidades sobrenaturais que nada fazem para promover a felicidade não têm significado algum. Nitiren disse: ‘Fora atingir o estado de Buda, não há nenhum segredo nem poderes místicos’. (Gosho Zenshu, pág. 753.) Atingir o estado de Buda, alcançar um estado de vida de absoluta e eterna felicidade, é o poder místico do Buda. Pois esse é o supremo poder de acordo com a Lei da vida.” (Brasil Seikyo, edição no 1.540, 22 de janeiro de 2000, pág. 3.)

Suprema felicidade
Transformar e revolucionar a vida, agora, do sofrimento para a total felicidade. Essa é a “maravilha” do budismo. Mas é algo natural, sem misticismo, provindo de uma forte fé ao recitar o Nam-myoho-rengue-kyo. O presidente Ikeda diz: “O ‘segredo do Buda e seus poderes místicos’ significam a capacidade de possibilitar às pessoas desfrutarem um estado de vida de suprema felicidade. É o poder para elevar a condição de vida de todos. E esse é precisamente o maior poder benéfico do Gohonzon.” (Preleção dos Capítulos Hoben e Juryo, pág. 158.)

Fé fraca não muda a realidade
Ânimo! Entusiasmo!
“Em termos de postura na fé, essa tendência ao ceticismo de considerar a natureza de Buda como ‘um ideal muito bom, mas que não muda a realidade’ se manifesta como uma oração fraca, vaga e sem convicção. Se nossa fé for desprovida de ânimo ou entusiasmo, não seremos capazes de mudar nossa atitude ou transformar fundamentalmente nossa vida.” (Explanação de “Sobre Atingir o Estado de Buda”, pág. 56.)

Como conectar-se diretamente com a Lei?
Por meio de uma fé resoluta. Recitar o Daimoku com fé resoluta é o próprio estado de Buda. Fé resoluta é recitar na certeza! É ter total convicção de que a realidade será transformada. “Tenho absoluta certeza da minha capacidade de mudar o que vivo agora!” Pense assim! E, enquanto ora, surgirá uma alegria revigorante: essa é uma fé resoluta. “O ato de acreditar no Myoho-rengue-kyo é, propriamente, atingir o estado de Buda.” (Ibidem, pág. 39.)

Fé resoluta?!
É a prática capaz de transformar a realidade. “A fé no Budismo Nitiren está sempre enfocada na transformação da realidade.” (Ibidem, pág. 69.)


A chave é acreditar
“Mesmo o poder incrível dessa Lei não pode se manifestar totalmente numa vida encoberta pela ignorância. Ignorância é a escuridão interior que nos impede de acreditar na Lei Mística e de mantermos nosso foco em nossa própria natureza de Buda e na dos outros.” (Sobre Atingir o Estado de Buda, pág. 39.)


Conclusão
O Budismo de Nitiren Daishonin explica a vida como Myoho, ou Lei Mística. E ensina uma maneira prática de utilizar o poder dessa Lei: basta recitar o Nam-myoho-rengue-kyo com profunda fé e atinge-se o mais elevado estado de vida humano — o estado de Buda. Este gera uma colossal alegria que, imediatamente, o habilita a alterar os fenônemos, as circunstâncias e a realidade da sua vida

13 de julho de 2010

Os Encantos da Filosofia Budista

“Nam” Experimentando a felicidade absoluta no cotidiano


A prática correta do Nam-myoho-rengue-kyo estabelece um estado no qual nossa vida permeia todo o Universo
BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2043, PÁG. A5, 10 DE JULHO DE 2010.

O que é?
“Nam” [de Nam-myoho-rengue-kyo] é entrar em sintonia com o Universo por meio da integração completa da prática individual com a prática altruística (jigyo keta, em japonês). Ou seja, é a devoção da vida buscando a felicidade individual e a coletiva.

Fusão com a Lei
Somente assim, com as duas práticas do jigyo keta ocorrendo ao mesmo tempo, é possível afirmar que estamos devotando e unos à Lei Mística.


Todos nos devotamos a algo
Devotar é estabelecer qual é o ponto cêntrico (essencial) da nossa vida. A que, fundamentalmente, nos empenhamos, dedicamos e consagramos nossa vida? Há vários exemplos de devoção. Pessoas que se devotam ao trabalho. Ou que arriscam tudo em função do amor de alguém etc. Dependendo daquilo que nos devotarmos, teremos como resultado a felicidade ou infelicidade. O que o budismo explica e garante é que a devoção (Nam) à Causalidade da Lei Mística (Myoho-rengue-kyo) gera uma intensa alegria de viver e benefícios incalculáveis.

Não confunda...
É importante não confundir devoção com esforço. É natural esforçar-se no trabalho, por exemplo. Devotar é algo mais profundo: é em que sua vida está baseada.

Exemplo de devoção
Se o meu objeto de devoção (referência essencial) for o trabalho, por exemplo, estarei feliz enquanto estiver empregado. Perdê-lo gerará infelicidade. Contudo, se a devoção for à Lei Mísitca, independentemente do que ocorra, estarei sempre iluminado e, portanto, apto a reverter qualquer situação.


Suprema forma de devoção
A mais suprema forma de devoção é ter a Lei Mística como eixo. Porque a Lei é imutável, eterna e nos conduz diretamente a uma condição iluminada, na qual nada abala nossa felicidade. Cultivar uma condição assim é o objetivo prático do “Nam”.


A alegria da comprovação
À medida que praticamos e atuamos com alegria todos os dias, essa condição passa a ser nosso estado básico de vida. Portanto, o desafio está em cultivar essa alegria. E ela vem por meio da comprovação prática, da compreensão dos fundamentos e das ações concretas com base na Lei.


Quando?
Quando podemos sentir essa alegria da Lei? Agora! No cotidiano, exatamente no local e nas condições em que nos encontramos neste momento. Este é o propósito da prática do Daimoku diante do Gohonzon. Cultivar um estado de felicidade que não depende de nenhuma circunstância externa.


Nam é uma postura
De acordo com o budismo, com exceção da Lei Mística (Myoho), tudo na vida é transitório e depende de vários fatores. Por isso, nem sempre as situações acontecem da maneira como gostaríamos. Já a Lei é diferente, ela é a fonte de todos os fenômenos e isso é uma verdade imutável. Devotar-se à Lei é o único ato verdadeiramente real. E isso faz uma diferença significativa! Portanto, recitar o Daimoku é o que temos de concreto na vida.
No momento da oração, tenha uma prática individual compromissada com a mudança e tenha a disposição de agir conforme a Lei. Assim, manifestará uma “mente de fé” capaz de mudar qualquer circunstância, porque agimos baseados na Lei que é a origem de todos os fenômenos.


Vestir a camisa
Isso significa que, ao recitar Daimoku, não basta simplesmente dizer as palavras. Tem de dizer com a disposição de “vestir a camisa”, assumir o compromisso, assumir um comportamento coerente com a Lei Mística.


O fluxo correto
O “Nam” une nossa vida com a Lei e permite que sejamos capazes de agir com base nela, de acordo com o fluxo correto da vida.

Devotar não é sofrer
“Tenho certeza de que alguns de vocês acham que expressões como ‘não poupar a própria vida’ ou ‘dedicar a vida ao budismo’ encorajam uma forma de autossacrifício, uma espécie trágica de autoflagelo. Mas o estado de espírito que motiva esse tipo de devoção ao qual me refiro é completamente diferente. É um estado de paz e serenidade, um estado totalmente livre do medo. É uma sensação tão expansiva como um claro e límpido céu azul, uma plenitude de esperança, alegria e satisfação, um estado de ser absolutamente livre e sincero consigo mesmo.” (Nova Revolução Humana, vol. 6, pág. 213.)


Superar o “eu inferior”
“A devoção à Lei Mística significa superar o seu ‘ser inferior’, aquele ego que vem sendo conduzido e rodeado por todos os tipos de mesquinhez e desejos mundanos. Isso significa voltar-se para o ‘ser superior’, ao ego tão vasto quanto o cosmos. Quando isso acontecer, cada um brilhará como o mais alto potencial humano. Esse processo chama-se revolução humana.” (Ibidem.)


Daimoku de fé e de prática
“Há dois aspectos da recitação do Daimoku no Budismo Nitiren: o Daimoku de fé e o Daimoku de prática. O primeiro se refere ao aspecto espiritual de nossa prática. Consiste da luta que travamos em nosso coração contra a escuridão ou a ilusão intrínseca, ou seja, uma batalha contra as forças negativas e destrutivas que há em nós.
“Essa batalha implica em romper a escuridão que envolve nossa natureza de Buda e fazer surgir, mediante a força da fé, o estado de Buda. O Daimoku de prática refere-se à recitação do Nam-myoho-rengue-kyo e à transmissão da Lei a outras pessoas. É empenhar esforços por meio de palavras e ações pela felicidade de si próprio e a dos outros como evidência de nossa luta espiritual contra a negatividade e a ilusão.” (Terceira Civilização, edição no 460, dezembro de 2006, pág. 38.)




Daimoku com uma fé firme e absoluta
“O Gohonzon é um espelho. Nitiren Daishonin, portanto, ensina enfaticamente que devemos ter uma fé resoluta. [Por exemplo, ele diz: “A mente de uma pessoa é como a água. Uma fé fraca é como a água lamacenta, mas uma fé resoluta é como a água límpida.” (END, vol. 6, pág. 95.)]
“As entidades celestes não se moverão em resposta à fé de uma pessoa que é covarde, que tem ciúmes das outras, que reclama, ou que está sempre tramando algo. Nesse sentido, o Gohonzon é um espelho.” (Brasil Seikyo, edição no 1.272, 14 de maio de 1994, pág. 4.)


Qual a extensão da sua fé?
“Se a fé de uma pessoa é forte e pura, correspondentemente à sinceridade dessa fé, ela será perfeitamente refletida no espelho do Gohonzon. Consequentemente, as entidades celestes movimentar-se-ão em prol dessa pessoa e sua vida tornar-se-á repleta de felicidade. Entretanto, se a fé de uma pessoa é fraca e impura, então a atitude para com a fé refletida no Gohonzon tornar-se-á a mesma, e a sua vida mover-se-á na direção correspondente a essa atitude.” (Ibidem.)


O Nam no cotidiano:

superação e felicidade
“Muitas coisas acontecem na vida. Há tristezas e sofrimentos. Todos os dias, há coisas que não gostamos ou que nos aborrecem. Casais podem brigar. Pode haver o divórcio e a consequente tristeza. [...] Mas a fé é a ‘máquina’ que nos possibilita [...] transformar nossos problemas em felicidade, o sofrimento em alegria, a ansiedade em esperança e a preocupação em tranquilidade. Jamais chegaremos a um muro que não poderemos ultrapassar.” (Ibidem.)

5 de julho de 2010

59 anos da Divisão Feminina

Foto comemorativa Bloco CTB

"São flores de lírios brancas e perfumadas que aqui se reuniram.

São corações sublimes. Num elo de amizade."

Os Encantos da Filosofia Budista

A arte de transformar o negativo em positivo

BRASIL SEIKYO, EDIÇÃO Nº 2041, PÁG. A5, 26 DE JUNHO DE 2010.


O budismo ensina você a utilizar todas as circunstâncias como matéria-prima para a felicidade absoluta

Do que trata o Budismo Nitiren?
O objetivo da prática do Budismo Nitiren é a transformação da própria vida, ou seja, mudar de maneira efetiva a realidade: transformar o negativo em positivo. E tudo começa com a revolução humana pessoal. A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo é a ferramenta perfeita para essa revolução


Por que transformar o negativo em positivo?
Para alguém imerso no sofrimento e na angústia, é quase impossível por si só conseguir esperança ou motivação para seguir em frente. O Buda Nitiren Daishonin percebeu que as pessoas podem transformar a vida caso tenham o poder de fazer algo positivo a partir do negativo. Em outras palavras, é transformar o veneno em remédio e fazer com que os desejos mundanos conduzam à iluminação.
Matéria-prima da felicidade
O mundo é abundante em coisas negativas (pessoas, pensamentos, sensações, circunstâncias etc). Então, use-as como matéria-prima para a revolução humana! Ao invés de lutar e se debater inutilmente contra as situações negativas que geralmente inundam e atrapalham a felicidade, passe a fazer com que o negativo seja o combustível para a felicidade.
No mundo atual (mundo Saha), a felicidade tende a não ser completa devido a uma avalanche de negatividade presente no cotidiano. Tentar reverter isso sem mudar a raiz da vida, é como nadar contra a maré e fica quase impossível desfrurtar do resultado de nossos esforços nesta existência. Afinal, queremos ser felizes agora.
Postura correta
A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo, aliada a uma postura mental correta, faz toda e qualquer circunstância negativa ser transformada imediatamente em positiva. Neste caso, a alegria nasce em meio à realidade em que se vive, aqui e agora. Tudo passa a ser motivo de alegria: esse é o benefício da iluminação.

Não é conformismo?
Não, de forma alguma! A atitude mental descrita anteriormente é a postura de assumir as rédeas da vida, enfrentar e transformar os sofrimentos pela raiz e de uma só vez. Isso porque vamos transformar a causa fundamental do sofrimento. A maravilha de recitar o Daimoku está exatamente em fazer daquilo que seria a causa de uma intensa angústia, o combustível para uma grande sensação de alegria, plenitude e satisfação. Nitiren afirma: “É como aquele que cai ao solo, e levanta-se do mesmo solo outra vez.” (END, vol. I, pág. 424)

Então, o que é iluminação?
“A iluminação não é algo fora do comum. Por possuirmos desejos mundanos, podemos sentir satisfação. E quando estamos satisfeitos, conseguimos sentir felicidade. Despertar todas as manhãs com a sensação de bem-estar físico, ter um bom apetite, desfrutar o que fazemos diariamente, não sentir angústia ou aflição... Viver desse modo é iluminação. Não é nada excepcional.” (Terceira Civilização, edição no 480, agosto de 2008, pág. 48).
A angústia dos desejos não realizados
O mundo em que vivemos é a terra da felicidade incompleta, dos desejos não realizados. Acaba sendo normal sentir angústia por não conseguir o que se quer. Mas a prática do budismo muda a maneira de encarar esses desejos: “Os desejos mundanos sofrem uma mudança qualitativa: deixam de ser ‘desejos mundanos que causam angústia’ e passam a ser ‘desejos mundanos transformados em iluminação’. O que torna possível essa mudança substancial é o poder do Nam-myoho-rengue-kyo.” (Ibidem.)


Atitude no momento da oração
A recitação do Daimoku é um momento solene. Portanto, prepare-se para recitar e não apenas solte palavras ao vento.

Como se preparar para a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo?
Enchendo-se de coragem e da certeza de que sua oração será, sem falta, respondida. O presidente Ikeda explica: “É essencial que tenhamos uma atitude mental ou o pensamento firmemente concentrado quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo. [...] Nossas orações somente podem ser concretizadas quando convertemos desejos vagos e difusos em determinações concretas e recitamos Daimoku com a convicção de que, sem falta, atingiremos aquilo que almejamos”. (Sobre Atingir o Estado de Buda nesta Existência, explanação de Daisaku Ikeda, pág. 44.)

A mudança fundamental
O efeito benéfico e poderoso do Daimoku é minimizado quando não se crê que você é a chave da mudança. “Se recitamos Daimoku, mas sempre culpamos outras pessoas ou as circunstâncias, estamos evitando o desafio de enfrentar nossa própria ignorância ou escuridão. Ou seja, estamos buscando a iluminação fora de nós mesmos. Ao mudarmos a nós próprios num nível fundamental, começamos a melhorar nossa situação.” (Ibidem.)
Prática acessível
A chave é não hesitar: acredite sinceramente na sua capacidade de mudança, sente-se diante do Gohonzon com paixão e recite abundantemente o Nam-myoho-rengue-kyo.

Energia vital
Quando enfrentamos algum problema ou sofrimento e ativamos a sabedoria que nos permite solucioná-lo, muitas vezes, sem perceber, experimentamos um estado de imensa alegria. Uma poderosa energia vital transborda e avaliamos tudo o que está acontecendo de uma perspectiva mais elevada — toda circunstância acaba sendo um benefício. Em qualquer que seja a situação, uma pessoa com esse estado de vida fará sua transformação em todos os aspectos.

Desejos Mundanos são iluminação
Desejos mundanos é algo comum a todos. A ideia de se iluminar a partir desses desejos permite que qualquer pessoa esteja habilitada a recitar o Nam-myoho-rengue-kyo e obter resultados. Por isso, é uma prática que funciona.


A grande felicidade
Vamos imaginar que queremos acender uma fogueira. Nossa lenha são os desejos mundanos e a luz produzida pela chama da felicidade penetra e ilumina toda a nossa vida. Por meio do Daimoku, nós queimamos a lenha de nossos desejos, convertendo-os em luz que iluminará nossa realidade. Portanto, quanto maior os problemas, maior será a felicidade.

O maior sofrimento torna-se a maior alegria
“O maravilhoso da fé no Budismo Nitiren é a sua capacidade de transformar o maior sofrimento da vida de uma pessoa na sua maior felicidade, e de tornar os problemas mais difíceis em fontes de crescimento e em uma base para a grandiosidade humana.” (Juventude — Sonhos e Esperanças, vol. 2, pág. 132.)